/harpa
Harpa
A harpa, juntamente com a flauta, é um dos instrumentos mais antigos. Terá tido origem nos arcos de caça que faziam barulho ao roçarem na corda. Ela é sempre triangular, lembrando um arco de caça. A harpa é constituída pela caixa de ressonância, coluna, pescoço(s), cordas e por vezes, pedais ou levers (chaves/alavancas de semitom).
​
História
Durante o crescimento do islamismo, durante o século VIII, a harpa viajou do norte da África até a Espanha e rapidamente se espalhou pela Europa. Por volta de 1720, foi inventada a harpa com pedais, um desenvolvimento muito importante para o instrumento. Acredita-se que tenha sido inventada por Celestin Hochbrücker, tendo sido aperfeiçoada mais tarde pelo francês Érard em 1810. Atualmente a harpa sinfónica tem 47 ou 48 cordas paralelas e sete pedais, um correspondente a uma nota para todas as oitavas. As cordas da harpa estão em escala diatónica.
Tem-se conhecimento através de fábulas épicas, poesias e trabalhos de arte, que as harpas existiam séculos antes de Cristo, na Babilónia e Mesopotâmia. Foram encontrados desenhos de harpas no túmulo do Faraó Egípcio Ramsés III (1198-1166 a.C.), em esculturas da Grécia antiga, em cavernas do Iraque que datam desde 2900 a.C. e textos religiosos judaico-cristãos afirmam que a harpa e a flauta existiam antes mesmo do dilúvio. A harpa rudimentar já era conhecida pelos caldeus, egípcios, gregos e romanos e até hoje, representa um importante papel na cultura de alguns povos africanos da região do Saara, especialmente os Bwiti.
​
Tipos: descrição, vantagens e desvantagens
Harpa sinfónica (ou de pedais de dupla ação)
É a harpa tocada em orquestras. Possui cordas afinadas diatónicamente. Mas possui pedais que alteram, cada um, o tom da nota (bemol, natural ou sustenido), sendo quatro pedais do pé direito (E (mi), F (fá), G (sol), A (lá)) e três do pé esquerdo (D (ré), C (dó) e B (si)). Por exemplo, ao baixarmos totalmente um pedal, todas aquelas notas serão sustenidos. Se deixarmos um pedal na posição do meio, todas aquelas notas do instrumento serão naturais. Mas se deixarmos um pedal totalmente levantado, todas as notas serão bemol. Os pedais acionam discos de semitom, que giram "diminuindo" o comprimento da corda tal como um dedo numa casa de uma guitarra. Tem uma extensão de aproximadamente seis oitavas e meia. Porém, os pedais geralmente não atuam sobre as duas cordas mais graves (harpas de 44, 46 ou 47 cordas) ou a última mais aguda, porque isso aumentaria ainda mais a tensão do instrumento. Logo, na harpa de 47 cordas, a primeira corda é sempre dó e a segunda ré (se assim afinadas). Outro factor relevante: o espaço para adicionar os discos de semitom nas duas primeiras é muito pequeno para tal. É ótima para músicas modulantes por causa deste mecanismo.
Porém, quanto mais casas se avançam ou se regridem até seis no círculo de quintas, mais trabalhoso é fazer a modulação, pois isso obrigaria ter que mover até 6 pedais. Muitos harpistas queixam-se pelo trabalho de adaptar as suas partituras com marcações para pedais.
​
Harpa paraguaia
É um instrumento popular, falando sobre harpas. Tem um custo muito baixo e é excelente para músicas sem modulações. Algumas têm chaves de semitom (chamadas também de levers).
Mas a distância entre as cordas é muito diferente, assim como a espessura das cordas, exigindo que o músico use uma técnica muito divergente à da harpa sinfónica, como por exemplo, tanger as cordas com a unha. Modulações durante a execução são um problema.
​
Harpa celta e modelos "student"
Estas harpas possuem levers que permitem mudar o tom da música corda por corda. Isso permite que o músico possa criar a sua afinação e deixar uma corda dissonante propositadamente, por exemplo. A distância entre as cordas é aceitável, para que se possa usar um desses dois instrumentos para aprender a técnica da harpa de pedais tratando-se do uso das mãos, e o seu preço é muito menor.
Estas harpas não permitem uma modulação instantânea para todas as cordas, como a harpa de pedais.
​
Harpa cromática de cordas cruzadas
De 72 a 76 cordas as maiores, são harpas completas, com cordas afinadas cromaticamente. É dotada de dois pescoços: um para as notas naturais e outro para as acidentadas (existem modelos de apenas um, e as suas cordas cruzam-se em uma curva descrita. Com isso, é possível fazer glissandos cromáticos).
Mas já não se pode fazer glissandos diatónicos além do de dó maior. Além disso, a alta tensão das cordas faz com que o seu som seja fraco, em relação a harpa de pedais (curiosamente, vemos alguns modelos com pedal abafador) e sua execução é tecnicamente complexa.
​
Harpistas famosos
Entre os maiores harpistas, pode-se citar Nicolas Bochsa (1789-1856) e Harpo Marx (1893–1964), Gabriel Cavalcante (1903-1983), Loreena McKennitt e Órla Fallon.